As
atividades pesquisadas abaixo poderão ser utilizadas na sala de AEE e deverão
obedecer a idade cronológica do aluno considerando o nível de
desenvolvimento e interesse por parte dele para que o mesmo receba e compreenda
as informações passadas através das atividades e possa ser capaz de trabalhar
de forma independente. Destacamos de primeira mão, o Quebra-cabeça pois é uma
atividade que toda criança gosta.
Para dar início a habilidade de montar quebra- cabeça é importante iniciar com
uma figura única e grande. O corte da figura poderá ser bem simples no início,
para se ter apenas duas partes. Poderá ser um corte horizontal ou
vertical, para ir aumentando aos poucos a dificuldade, 3 peças, 4 peças... e os
cortes também serão mais elaborados conforme a progressão do aluno na atividade.
O
MÉTODO TEACCH
O método TEACCH traduzido em português significa ( Tratamento
e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação
). É um programa educacional e clínico
com uma prática predominantemente psicopedagógica criado a partir de um projeto
de pesquisa que buscou observar profundamente os comportamentos das crianças
autistas em diversas situações frente a
diferentes estímulos. O grande diferencial do material TEACCH é a organização
dos materiais. Não basta oferecermos os itens dispostos sem estarem organizados
para responder ao que o aluno precisa saber (o que eu devo fazer? por quanto
tempo? o que fazer com estes materiais?. Como o material é auto-instrutivo,
isto é "conversa" com a criança, basta olhar para a tarefa que
a própria se encarrega de passar as instruções.
Vejam os modelos:
Modelos de sistema de trabalho organizados a
partir de brinquedos em miniatura:
Modelo de estrutura 1: Estes são mini brinquedos encontrados com
facilidade em lojas de artigos para festas e lojas de 1,99.
Ao invés de oferecermos os itens soltos sobre a
mesa para que o aluno "brinque" com as peças, organizamos a
atividade em um sistema de trabalho.
Aqui está a tarefa organizada seguindo a estrutura
TEACCH: os brinquedos estão organizados de forma a exigir do aluno as
habilidades de transferência e seleção de objetos. Sendo assim, na área
de armazenamento (esquerda) os itens estão todos juntos. Na área
de execução (direita) aparece a auto-instrução. Recipientes com um
modelo de cada já oferecem as dicas do que se espera do aluno: selecionar por categorias
os itens que estão agrupados.
O educador precisa ter a consciência
de que as adaptações curriculares passam pela escolha do material, adequação á
faixa etária, conexão com o nivel de funcionamento e obediência aos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Com isto em mãos, qualquer atividade pode ser
organizada na estrutura TEACCH.
Modelo de estrutura 2:
Este é um material adquirido em banca de revistas
(Edição TODO LIVRO) e consta de elementos adesivos para serem colocados na
imagem maior. Observa-se uma grande quantidade de adesivos para somente 6
espaços de formas geométricas (na figura do elefante). Essa variedade de
estímulos pode confundir o aluno com autismo e provocar o erro.
Na estrutura TEACCH, organizamos o material acima
da seguinte forma:
b) colamos em papel cartão, plastificamos (ou
passamos contact transparente) e colocamos velcro
c) fixamos os itens em um folder (ou pasta) - os
itens móveis (a esquerda) na área de armazenamento e o item fixo (a
figura do elefante) na área de execução. Nota-se em cada espaço em
branco do elefante, um velcro. Assim, a criança saberá que inicialmente por
transferência (da esquerda para a direita) deverá transpor as formas para o seu
respectivo espaço. Usamos a estrutura para organizar uma atividade inicialmente
complexa e cheia de estímulos e assim, transformá-la em um sistema de trabalho
visualmente planejado para o estilo de aprendizagem da criança autista.
Modelos de sistemas de trabalho organizados a
partir de material educacional de uso comum:
Modelo de estrutura 1:
Esta é uma página de um material escolar usualmente
utilizado em salas de ensino fundamental. Da forma na qual está apresentada,
esta tarefa apresenta alguns problemas para o aluno autista: a instrução
engloba 3 conceitos e 3 instruções ("complete as palavras com E ou
A", "siga a trilha" e "pinte as setas") e a
disposição das setas podem gerar confusão. Como consequência, o professor terá
que dispender de mais tempo e mais apoio para orientar o aluno autista.
A imagem acima agora mostra a mesma atividade adaptada
na forma de sistema de trabalho, indicando de forma visualmente estruturada
o que o aluno tem que fazer sem que seja necessária tamanha intervenção do
educador. A estrutura organizada se preocupou em oferecer somente uma instrução
visual ("complete as palavras"), oferecendo somente uma ordem.
No entanto, deixamos a tarefa mais complexa introduzindo a família silábica
TA-TE-TI-TO-TU. O material original foi xerocado, os itens foram reduzidos e
transformados em uma pasta de atividade.
Modelo de estrutura 2:
ENSINO FUNDAMENTAL ano 1 número 52
Online Editora página 06 .
A matéria orienta educadores como confeccionar
figuras
geométricas para serem usadas como Tangran e cita
algumas modalidades
de uso a partir de modelos a serem
montados.
Adaptando a mesma proposta aos recursos do TEACCH, observe que ao invés das figuras ficarem dispostas aleatoriamente sobre a mesa para manuseio, para o autista, a tarefa foi organizada já com o modelo a ser completado e as peças estão disponíveis com clareza para o aluno.
O padrão
TEACCH pode ser observado ao classificamos a tarefa como uma atividade de nível
III, adaptada em pasta, com as imagens fixas e ordenadas de cima pra
baixo.
Sobre as atividades gráficas e jogos pedagógicos:
As tarefas gráficas devem ser organizadas também em
sistemas de trabalho contendo todo o material que será utilizado naquela
determinada tarefa. Exemplo: se o aluno vai utilizar tesoura para recortar o
círculo, somente a tesoura e a folha com o círculo (com a dica visual de
recortar – tesoura desenhada na borda do círculo) deverão estar na cesta ou
caixa ou pasta. O número de atividades vai variar conforme o tempo de
tolerância do aluno, e não precisam necessariamente acontecer apenas uma vez ao
dia. As atividades não devem ser iguais para todos, e sim de acordo com o planejamento
de cada um. As tarefas precisam ser sinalizadas, onde o aluno olhando entenda o
que deverá fazer. “Conteúdos vagos” favorecem que o objetivo não seja atingido
e exigem uma supervisão constante do professor.
Os
jogos pedagógicos também podem ser oportunizados de acordo com o conteúdo
proposto para o bimestre. Os jogos precisam necessariamente ser apresentados em
sistemas de trabalho, com sinalizações adequadas à compreensão do aluno, como o
que devo fazer em que momento e quando acabou.
Ensinar alunos autistas usando sinais visuais é uma
das formas de estimular suas aptidões visuais
e potenciais.