quarta-feira, 28 de maio de 2014

Recursos e Estratégias de apoio no desenvolvimento de alunos com TGD


        As atividades pesquisadas abaixo poderão ser utilizadas na sala de AEE e deverão obedecer a idade cronológica do aluno considerando o nível de desenvolvimento e interesse por parte dele para que o mesmo receba e compreenda as informações passadas através das atividades e possa ser capaz de trabalhar de forma independente. Destacamos de primeira mão, o Quebra-cabeça pois é uma atividade que toda criança gosta.

Atividade: Quebra - cabeça ( Motricidade, raciocínio, linguagem )

Para dar início a habilidade de montar quebra- cabeça é importante iniciar com uma figura única e grande. O corte da figura poderá ser bem simples no início, para se ter apenas duas partes. Poderá ser um corte  horizontal ou vertical, para ir aumentando aos poucos a dificuldade, 3 peças, 4 peças... e os cortes também serão mais elaborados conforme a progressão do aluno na atividade. 




O   MÉTODO  TEACCH

O método TEACCH traduzido em português significa ( Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação ). É  um programa educacional e clínico com uma prática predominantemente psicopedagógica criado a partir de um projeto de pesquisa que buscou observar profundamente os comportamentos das crianças autistas em  diversas situações frente a diferentes estímulos. O grande diferencial do material TEACCH é a organização dos materiais. Não basta oferecermos os itens dispostos sem estarem organizados para responder ao que o aluno precisa saber (o que eu devo fazer? por quanto tempo? o que fazer com estes materiais?. Como o material é auto-instrutivo, isto é "conversa"  com a criança, basta olhar para a tarefa que a própria se encarrega de passar as instruções.

Vejam os modelos:
Modelos de sistema de trabalho organizados a partir de brinquedos em miniatura:

  Modelo de estrutura 1 Estes são mini brinquedos encontrados com facilidade em lojas de artigos para festas e lojas de 1,99. 


    Ao invés de oferecermos os itens soltos sobre a mesa para que o aluno "brinque"  com as peças, organizamos a atividade em um sistema de trabalho. 

Aqui está a tarefa organizada seguindo a estrutura TEACCH: os brinquedos estão organizados de forma a exigir do aluno as habilidades de transferência  e seleção de objetos. Sendo assim, na área de armazenamento (esquerda) os itens estão todos juntos. Na área de execução  (direita) aparece a auto-instrução. Recipientes com um modelo de cada já oferecem as dicas do que se espera do aluno: selecionar por categorias os itens que estão agrupados. 
         O educador precisa ter a consciência de que as adaptações curriculares passam pela escolha do material, adequação á faixa etária, conexão com o nivel de funcionamento e obediência aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Com isto em mãos, qualquer atividade pode ser organizada na estrutura TEACCH.


 Modelo de estrutura 2:  
Este é um material adquirido em banca de revistas (Edição TODO LIVRO) e consta de elementos adesivos para serem colocados na imagem maior. Observa-se uma grande quantidade de adesivos para somente 6 espaços de formas geométricas  (na figura do elefante). Essa variedade de estímulos pode confundir o aluno com autismo e provocar o erro. 


Na estrutura TEACCH, organizamos o material acima da seguinte forma:

a) separamos os adesivos que cabem exatamente nos espaços da ilustração
b) colamos em papel cartão, plastificamos (ou passamos contact transparente) e colocamos velcro
c) fixamos os itens em um folder (ou pasta) - os itens móveis (a esquerda) na área de armazenamento e o item fixo (a figura do elefante) na área de execução. Nota-se em cada espaço em branco do elefante, um velcro. Assim, a criança saberá que inicialmente por transferência (da esquerda para a direita) deverá transpor as formas para o seu respectivo espaço. Usamos a estrutura para organizar uma atividade inicialmente complexa e cheia de estímulos e assim, transformá-la em um sistema de trabalho visualmente planejado para o estilo de aprendizagem da criança autista. 

Modelos de sistemas de trabalho organizados a partir de material educacional de uso comum:
 
  Modelo de estrutura  1:

Esta é uma página de um material escolar usualmente utilizado em salas de ensino fundamental. Da forma na qual está apresentada, esta tarefa apresenta alguns problemas para o aluno autista: a instrução engloba 3 conceitos e 3 instruções ("complete as palavras com E ou A", "siga a trilha"  e "pinte as setas") e a disposição das setas podem gerar confusão. Como consequência, o professor terá que dispender de mais tempo e mais apoio para orientar o aluno autista.

A imagem acima agora mostra a mesma atividade adaptada na forma de sistema de trabalho, indicando de forma visualmente estruturada o que o aluno tem que fazer sem que seja necessária tamanha intervenção do educador. A estrutura organizada se preocupou em oferecer somente uma instrução visual ("complete as palavras"), oferecendo somente uma ordem. No entanto, deixamos a tarefa mais complexa introduzindo a família silábica TA-TE-TI-TO-TU. O material original foi xerocado, os itens foram reduzidos e transformados em uma pasta de atividade.
    
Modelo de estrutura 2:

Modelo publicado na revista PROJETOS ESCOLARES -
 ENSINO FUNDAMENTAL ano 1 número 52
Online Editora página 06 .

A matéria orienta educadores como confeccionar figuras
geométricas para serem usadas como Tangran e cita 
algumas modalidades de uso a partir de modelos a serem
montados.



Adaptando a mesma proposta aos recursos do TEACCH, observe que ao invés das figuras ficarem dispostas aleatoriamente sobre a mesa para manuseio, para o autista, a tarefa foi organizada já com o modelo a ser completado e as peças estão disponíveis com clareza para o aluno.




O padrão TEACCH pode ser observado ao classificamos a tarefa como uma atividade de nível III, adaptada em pasta, com as imagens  fixas e ordenadas de cima pra baixo.






Sobre as atividades gráficas e jogos pedagógicos:
 
 As tarefas gráficas devem ser organizadas também em sistemas de trabalho contendo todo o material que será utilizado naquela determinada tarefa. Exemplo: se o aluno vai utilizar tesoura para recortar o círculo, somente a tesoura e a folha com o círculo (com a dica visual de recortar – tesoura desenhada na borda do círculo) deverão estar na cesta ou caixa ou pasta. O número de atividades vai variar conforme o tempo de tolerância do aluno, e não precisam necessariamente acontecer apenas uma vez ao dia. As atividades não devem ser iguais para todos, e sim de acordo com o planejamento de cada um. As tarefas precisam ser sinalizadas, onde o aluno olhando entenda o que deverá fazer. “Conteúdos vagos” favorecem que o objetivo não seja atingido e exigem uma supervisão constante do professor. 
Os jogos pedagógicos também podem ser oportunizados de acordo com o conteúdo proposto para o bimestre. Os jogos precisam necessariamente ser apresentados em sistemas de trabalho, com sinalizações adequadas à compreensão do aluno, como o que devo fazer em que momento e quando acabou.
Ensinar alunos autistas usando sinais visuais é uma das formas de estimular suas         aptidões visuais e potenciais.