terça-feira, 1 de julho de 2014


O Modelo dos modelos



Investigando o texto “ O modelos dos modelos “ chega-se ao entendimento que a capacidade de se planejar é fundamental em todo projeto desde que este seja de única criatividade, não um pseudo plagio. Relacionando essa problemática, modelos, com a prática pedagógica de AEE, podemos compreender que está em busca de modelos, modelos e modelos  é uma prática de investigação que poderá enriquecer os conhecimentos de um projeto, um planejamento, um esquema sem necessariamente correr o risco de pecar ao projetá-lo.  O trabalho do AEE segue um modelo de investigação, busca, renovo e renovo. Um trabalho voltado para diversidade, portanto clientela diferente, que segue uma rotina, uma linha, um tempo só dele, não trabalhamos com modelos prontos, até porque não existem, mas com a particularidade de cada aluno valorizando e respeitando suas habilidades. Infelizmente no processo de ensino aprendizagem do nosso país de modo geral, há um descompasso entre a prática aplicada do real. Ainda existem uma gama   de recursos e estímulos pedagógicos que estão implorando para serem aplicados-utilizados, entretanto, ainda vemos professores usando de modelos tradicionais para a realidade atual. Ítalo Calvino, deixa uma reflexão,  “ mente aberta para novos saberes “ e procurando sempre ser a diferença na vida dos nossos alunos e daqueles que ainda têm um pensamento adormecido. 



quarta-feira, 28 de maio de 2014

Recursos e Estratégias de apoio no desenvolvimento de alunos com TGD


        As atividades pesquisadas abaixo poderão ser utilizadas na sala de AEE e deverão obedecer a idade cronológica do aluno considerando o nível de desenvolvimento e interesse por parte dele para que o mesmo receba e compreenda as informações passadas através das atividades e possa ser capaz de trabalhar de forma independente. Destacamos de primeira mão, o Quebra-cabeça pois é uma atividade que toda criança gosta.

Atividade: Quebra - cabeça ( Motricidade, raciocínio, linguagem )

Para dar início a habilidade de montar quebra- cabeça é importante iniciar com uma figura única e grande. O corte da figura poderá ser bem simples no início, para se ter apenas duas partes. Poderá ser um corte  horizontal ou vertical, para ir aumentando aos poucos a dificuldade, 3 peças, 4 peças... e os cortes também serão mais elaborados conforme a progressão do aluno na atividade. 




O   MÉTODO  TEACCH

O método TEACCH traduzido em português significa ( Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação ). É  um programa educacional e clínico com uma prática predominantemente psicopedagógica criado a partir de um projeto de pesquisa que buscou observar profundamente os comportamentos das crianças autistas em  diversas situações frente a diferentes estímulos. O grande diferencial do material TEACCH é a organização dos materiais. Não basta oferecermos os itens dispostos sem estarem organizados para responder ao que o aluno precisa saber (o que eu devo fazer? por quanto tempo? o que fazer com estes materiais?. Como o material é auto-instrutivo, isto é "conversa"  com a criança, basta olhar para a tarefa que a própria se encarrega de passar as instruções.

Vejam os modelos:
Modelos de sistema de trabalho organizados a partir de brinquedos em miniatura:

  Modelo de estrutura 1 Estes são mini brinquedos encontrados com facilidade em lojas de artigos para festas e lojas de 1,99. 


    Ao invés de oferecermos os itens soltos sobre a mesa para que o aluno "brinque"  com as peças, organizamos a atividade em um sistema de trabalho. 

Aqui está a tarefa organizada seguindo a estrutura TEACCH: os brinquedos estão organizados de forma a exigir do aluno as habilidades de transferência  e seleção de objetos. Sendo assim, na área de armazenamento (esquerda) os itens estão todos juntos. Na área de execução  (direita) aparece a auto-instrução. Recipientes com um modelo de cada já oferecem as dicas do que se espera do aluno: selecionar por categorias os itens que estão agrupados. 
         O educador precisa ter a consciência de que as adaptações curriculares passam pela escolha do material, adequação á faixa etária, conexão com o nivel de funcionamento e obediência aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Com isto em mãos, qualquer atividade pode ser organizada na estrutura TEACCH.


 Modelo de estrutura 2:  
Este é um material adquirido em banca de revistas (Edição TODO LIVRO) e consta de elementos adesivos para serem colocados na imagem maior. Observa-se uma grande quantidade de adesivos para somente 6 espaços de formas geométricas  (na figura do elefante). Essa variedade de estímulos pode confundir o aluno com autismo e provocar o erro. 


Na estrutura TEACCH, organizamos o material acima da seguinte forma:

a) separamos os adesivos que cabem exatamente nos espaços da ilustração
b) colamos em papel cartão, plastificamos (ou passamos contact transparente) e colocamos velcro
c) fixamos os itens em um folder (ou pasta) - os itens móveis (a esquerda) na área de armazenamento e o item fixo (a figura do elefante) na área de execução. Nota-se em cada espaço em branco do elefante, um velcro. Assim, a criança saberá que inicialmente por transferência (da esquerda para a direita) deverá transpor as formas para o seu respectivo espaço. Usamos a estrutura para organizar uma atividade inicialmente complexa e cheia de estímulos e assim, transformá-la em um sistema de trabalho visualmente planejado para o estilo de aprendizagem da criança autista. 

Modelos de sistemas de trabalho organizados a partir de material educacional de uso comum:
 
  Modelo de estrutura  1:

Esta é uma página de um material escolar usualmente utilizado em salas de ensino fundamental. Da forma na qual está apresentada, esta tarefa apresenta alguns problemas para o aluno autista: a instrução engloba 3 conceitos e 3 instruções ("complete as palavras com E ou A", "siga a trilha"  e "pinte as setas") e a disposição das setas podem gerar confusão. Como consequência, o professor terá que dispender de mais tempo e mais apoio para orientar o aluno autista.

A imagem acima agora mostra a mesma atividade adaptada na forma de sistema de trabalho, indicando de forma visualmente estruturada o que o aluno tem que fazer sem que seja necessária tamanha intervenção do educador. A estrutura organizada se preocupou em oferecer somente uma instrução visual ("complete as palavras"), oferecendo somente uma ordem. No entanto, deixamos a tarefa mais complexa introduzindo a família silábica TA-TE-TI-TO-TU. O material original foi xerocado, os itens foram reduzidos e transformados em uma pasta de atividade.
    
Modelo de estrutura 2:

Modelo publicado na revista PROJETOS ESCOLARES -
 ENSINO FUNDAMENTAL ano 1 número 52
Online Editora página 06 .

A matéria orienta educadores como confeccionar figuras
geométricas para serem usadas como Tangran e cita 
algumas modalidades de uso a partir de modelos a serem
montados.



Adaptando a mesma proposta aos recursos do TEACCH, observe que ao invés das figuras ficarem dispostas aleatoriamente sobre a mesa para manuseio, para o autista, a tarefa foi organizada já com o modelo a ser completado e as peças estão disponíveis com clareza para o aluno.




O padrão TEACCH pode ser observado ao classificamos a tarefa como uma atividade de nível III, adaptada em pasta, com as imagens  fixas e ordenadas de cima pra baixo.






Sobre as atividades gráficas e jogos pedagógicos:
 
 As tarefas gráficas devem ser organizadas também em sistemas de trabalho contendo todo o material que será utilizado naquela determinada tarefa. Exemplo: se o aluno vai utilizar tesoura para recortar o círculo, somente a tesoura e a folha com o círculo (com a dica visual de recortar – tesoura desenhada na borda do círculo) deverão estar na cesta ou caixa ou pasta. O número de atividades vai variar conforme o tempo de tolerância do aluno, e não precisam necessariamente acontecer apenas uma vez ao dia. As atividades não devem ser iguais para todos, e sim de acordo com o planejamento de cada um. As tarefas precisam ser sinalizadas, onde o aluno olhando entenda o que deverá fazer. “Conteúdos vagos” favorecem que o objetivo não seja atingido e exigem uma supervisão constante do professor. 
Os jogos pedagógicos também podem ser oportunizados de acordo com o conteúdo proposto para o bimestre. Os jogos precisam necessariamente ser apresentados em sistemas de trabalho, com sinalizações adequadas à compreensão do aluno, como o que devo fazer em que momento e quando acabou.
Ensinar alunos autistas usando sinais visuais é uma das formas de estimular suas         aptidões visuais e potenciais.

 
  

















terça-feira, 22 de abril de 2014

Surdocegueira e a deficiência múltipla



Trabalho realizado atendendo a solicitação da coordenadora de conteúdo do curso de especialização – AEE, que tem como objetivo estabelecer a diferença entre deficiência Múltipla e a Surdocegueira.

Surdocegueira- É quando uma pessoa tem perdas da visão e a audição simultaneamente e em graus diferentes.
A surdocegueira pode ser congênita ou adquirida e não é considerada uma deficiência múltipla. Segundo o fascículo (AEE-DMU), as pessoas surdocegas estão divididas em quatro categorias: pessoas que eram cegas e se tornaram surdas; que eram surdos e se tornaram cegos; pessoas que se tornaram surdocegos; pessoas que nasceram surdocegos, ou se tornaram surdocegos antes de terem aprendido alguma linguagem. Mesmo possuindo duas deficiências interligadas ( a surdez e a cegueira ) são consideradas únicas pois apresentam características peculiares como perdas auditivas e visuais. Sendo assim, a partir de 1991 a surdocegueira  foi reconhecida como uma deficiência única por isso da escrita da palavra surdocegueira ser escrita juntas, sem hífen.

Classificação da surdocegueira
- pré linguístico- ( surdocegueira congênita) é assim caracterizada quando uma criança já nasce surdocega ou adquire essa deficiência ainda bebê, antes de aprender sua primeira língua, libras, ou mesmo outro tipo de comunicação. A pessoa surdocega sente dificuldade em reconhecer as coisas que o rodeia devido a falta de contato com a luz e com o som. Essas pessoas muitas vezes se isolam e se fecham no seu próprio mundo.

Surdocego pós-linguistico- ( surdocegueira adquirida ) é a pessoa que manifesta as deficiências sensoriais ( auditiva e visual ) após a aquisição de uma língua ( português ou de sinais ).
Há doenças que são contraídas na gravidez que podem causar surdocegueira na criança tipo, rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus.       
( O citomegalovírus é um vírus parecido com o da herpes que pode ficar por muito tempo inativo no organismo sem causar sérios problemas. Porém, quando a contaminação acontece durante a gravidez há grandes chances de trazer graves complicações para o bebê )
 Sindromes como Usher ( degeneração da retina em função de retinose pigmentar).  Abuso de álcool e drogas por parte da gestante , caxumba, meningite, acidente vascular cerebral (AVC ) sífilis congênita, herpes, AIDS e hidrocefalia, entre outros, também podem causar surdocegueira.

A surdocegueira se apresentar em graus diferentes podendo ser:

. surdocego total;
. Surdocego com surdez profunda associada com resíduo visual ;
. surdocego com surdez moderada associada com resíduo visual;
. Surdocego com surdez moderada ou leve com cegueira;
. surdocego com perdas leves, tanto auditivas quanto visuais;

Deficiência  Multipla
São consideradas pessoas com DMU aquela decorrente de duas ou mais deficiências simultaneamente como também distúrbio neurológico , emocional, linguagem, e desenvolvimento global que causam atraso no desenvolvimento educacional e social, dificultando a sua alto suficiência.

Classificação da deficiência múltipla:

* física e psíquica:
- associa a deficiência física à deficiência intelectual;
- associa a deficiência física à transtornos mentais.

* sensorial e psíquica:
- engloba a deficiência auditiva associada à deficiência intelectual;
- a deficiência visual à deficiência intelectual;
- a deficiência auditiva à transtornos mentais;
- perda visual a transtorno mental.

* sensorial e física:
- associa a deficiência auditiva à deficiência física;
- a deficiência visual à deficiência física.

* física, psíquica e sensorial
deficiência física associada à deficiência visual ( cegueira ou baixa visão) e a deficiência intelectual;
- deficiência física associada a deficiência auditiva/surdez e a deficiência intelectual;
- deficiência visual ( cegueira e ou baixa visão ) paralisia cerebral e deficiência intelectual.


A comunicação para pessoas com surdocegueira e/ou deficiência múltipla visa fortalecer a transmissão do pensamento como também a sua interpretação com qualidade dividindo-se em dois tipos: a comunicação receptiva e a expressiva.

Comunicação receptiva- se dá quando alguém recebe uma mensagem seja ela por meios de rádio, televisão, carta, objetos figuras, gestos... sendo que a pessoa que está recebendo a mensagem ou a informação transmita-a semelhante a informação que lhes foi repassada.

Comunicação expressiva- é a informação transmitida coerentemente através de movimentos corporais, gestos, fala, escrita, objetos, gritos, figuras e outras formas de expressões que só ajudam na comunicação.

Algumas atividades são fundamentais para o desenvolvimento de pessoas com esta deficiência. Temos como exemplo objetos de referência, tipos de calendários de acordo com a sua necessidade seria o melhor modelo, adequações visuais, material didático personalizado, enfim,  tudo que venha facilitar o acesso a aprendizagem do mundo, do social, escolar e familiar

Fontes de pesquisa: GOOGLE, 5º fascículo A Educação Escolar na Perspectiva da Inclusão Escolar - AEE - coleção do MEC, leituras obrigatórias da especialização-AEE

domingo, 23 de fevereiro de 2014

INCLUSÃO E AEE PARA PESSOAS COM SURDEZ

AEE Para Pessoas com Surdez


A inclusão escolar para pessoas com surdez não tem abtido nos últimos tempos resultados satisfatórios, ocasionando em um ensino de baixa qualidade nessa modalidade. Além disso, o desestímulo do alunado também é preocupante, ocasionando o fracasso escolar. E são vários os fatores que estão levando ao fracasso a inclusão de pessoas com surdez, dentre os quais destacam-se:
·         Escolas não dispõem de local adequado para o atendimento;
·         Escassez de professores de libras e em libras;
·         Municípios não estão se dispondo a pagar um segundo professor fluente em libras e interprete;
·         Faltam materiais e recursos diversificados para um atendimento adequado às necessidades dos alunos etc.
Exatamente por isso, é quase impossível que seja implantado os três momentos didáticos pedagógicos : AEE de Libras, AEE em Libras, e AEE para o ensino de Língua Portuguesa.

                                           AEE e os três momentos didáticos pedagógicos:

        Instrutor explorando conteúdos em libras


         O AEE em libras – Esse fornece a base conceitual dessa língua e do conteúdo curricular estudado na sala de aula comuque favorece ao aluno com surdez a compreensão desse conteúdo. O Professor em Língua de Sinais ministra aula utilizando a Língua de Sinais nas diferentes modalidades, etapas e níveis de ensino como meio de comunicação e interlocução. O planejamento do AEE em libras deverá ser organizado em conjunto: professor do AEE, professor da sala comum e o professor de língua portuguesa. Os professores neste atendimento registram o desenvolvimento que cada aluno apresenta, além da relação de todos os conceitos estudados, organizando a representação deles em forma de desenhos e gravuras, que ficam no caderno de registro do aluno.
 

 Professora do AEE e o estudo DE LIBRAS

O AEE de libras - O atendimento inicia com o diagnóstico do aluno e ocorre diariamente, em horário contrário ao das aulas, na sala de aula comum. Este trabalhado é realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. Este atendimento exige uma organização metodológica e didática e especializada a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais. O professor que ministra aulas em Libras deve ser qualificado para realizar o atendimento e de preferência surdo pois oferece aos alunos com surdez melhores possibilidades do que o professor ouvinte porque o contato com crianças e jovens com surdez com adultos com surdez favorece a aquisição dessa língua.                                         
                                            AEE para o ensino de Língua Portuguesa
                      

O AEE para o ensino da língua portuguesa – Esse atendimento acontece na sala de recursos, no horário contrário ao da sala de aula regular com o objetivo de desenvolver a competência gramatical ou lingüística como também textual nas pessoas com surdez. O Atendimento Educacional Especializado deve ser organizado também para atender alunos que optaram pela aprendizagem da Língua Portuguesa na modalidade oral. Nesse caso, o professor de português oferece aos alunos as pistas fonéticas para a fala e a leitura labial, elaboração e interpretação de textos em língua portuguesa. De preferência esse trabalho deverá ser realizado por professor formado em língua portuguesa e organizado seguindo os princípios exigidos. O Atendimento Educacional Especializado para ensino da Língua Portuguesa é preparado em conjunto com os professores de Libras e o da sala comum.

                            

No entanto, de acordo com a lei, a inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita  para superar as barreiras no espaço educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios educacionais do nosso país.
Existem três tendências educacionais para a surdez: a oralista, a comunicação total e a  abordagem por meio do bilinguismo. Oralismo: Visa a capacitação da pessoa com surdez para que possa utilizar a língua da pessoa ouvinte na modalidade oral, como única possibilidade linguística. Nega a diferença entre surdo e ouvintes. Comunicação total: considera as características da pessoa com surdez utilizando todo e qualquer recurso possível para a comunicação. Nega a língua natural das pessoas com surdez. O atendimento especializado para pessoas com surdez é objeto chave para a inclusão e deve ser implantado em toda a rede de ensino.